Radar NGO

Receita Federal atualiza legislação sobre PIS/Pasep e Cofins

 

Instrução Normativa 2121 publicada no DOU no último dia 20/12 condensa e atualiza os temas

Por meio de um único ato, elaborado de forma lógica e organizada, o cidadão agora tem disponível tudo o que precisa saber em relação às complexas contribuições para o PIS/Pasep e Cofins. A Instrução Normativa RFB nº 2121, de 15 de dezembro de 2022, consolida a legislação sobre o tema.

Além de substituir a IN anterior (Instrução Normativa RFB nº 1.911, de 11 de outubro de 2019), diversas outras normas foram condensadas em um único ato, de forma estruturada e sistematizada, a fim de facilitar a apuração dessas contribuições e o cumprimento de obrigações acessórias pelas empresas.

A Instrução Normativa RFB nº 1.911, de 2019, já havia revogado grande parte do arcabouço de instruções normativas hoje aplicáveis às contribuições. A nova IN, além de revogar a anterior, também consolida e elimina os atos que foram editados desde 2019. Tais regras, após depuradas e atualizadas, passaram a compor a última consolidação. Para isso foram compiladas leis, decretos, instruções normativas, decisões judiciais e normas operacionais, incluindo formulários e requerimentos necessários para viabilizarem o exercício dos mais diversos regimes e benefícios. Desta forma, foram consolidadas as normas sobre a apuração, a cobrança, a fiscalização, a arrecadação e a administração da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação.

Leia a Instrução Normativa na íntegra: 
https://ngo.com.br/normativos/3723-instrucao-normativa-rfb-n-2121-de-15-de-dezembro-de-2022

.


Fonte: Receita Federal do Brasil


Cotações de Moedas em Tempo Real


As taxas disponíveis no site servem apenas como indicadores de conversão. Para operações, consulte a cotação no ato da execução com a nossa Mesa de Operações pelo número (11) 3291-3260.

 

Mercado financeiro projeta inflação em 10,18% para este ano

Previsão para o crescimento do PIB cai de 4,78% para 4,71%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 10,15% para 10,18% neste ano. Essa foi a 35ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de hoje (6), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2022, a estimativa de inflação subiu de 5% para 5,02%. Para 2023, a previsão passou de 3,42% para 3,50% e para 2024 foi mantida em 3,10%.

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, também com intervalo de tolerância 1,5 ponto percentual.

Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Na última reunião do Copom deste ano, marcada para amanhã e quarta-feira (8), a previsão do mercado financeiro é que a Selic suba para 9,25% ao ano.

Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica chegue a 11,25% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 8% ao ano (a previsão da semana passada era 7,75% ao ano) e 7% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 4,78% para 4,71%. Para 2022, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,51%. Na semana passada, a estimativa de expansão era de 0,58%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB de 1,95% e 2,10%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,50 de R$ 5,56 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão passou de R$ 5,50 para R$ 5,55.


Fonte: Agência Brasil

 

IPCA-15: prévia da inflação sobe 1,17% em novembro

Acumulado em 12 meses fica em 10,73%, impactado pela alta na gasolina

A prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), apresentou alta de 1,17% em novembro. O resultado representa a maior variação para o mês desde 2002, quando o índice ficou em 2,08%.

No mês passado, o IPCA-15 ficou em 1,20% e em novembro de 2020, 0,81%. O acumulado do ano está em 9,57% e em 12 meses a prévia da inflação está em 10,73%, acima dos 10,34% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados foram divulgado hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todos os grupos de serviços e produtos pesquisados tiveram alta na prévia de novembro. O maior impacto individual no indicador foi da gasolina, que ficou 6,62% mais cara no mês, influenciando o resultado dos transportes, com variação de 2,89%, a maior entre os grupos pesquisados. No ano, a gasolina subiu 44,83% e em 12 meses a alta acumulada é de 48%.

O transporte por aplicativo teve alta de 16,23% na prévia de novembro, após ter subido 11,60% em outubro. Já as passagens aéreas ficaram 6,34% mais baratas, depois de subir 28,76% na prévia de setembro e 34,35% em outubro.

No grupo habitação, que subiu 1,06%, a maior contribuição foi do gás de botijão, que teve a 18ª alta consecutiva, ficando 4,34% mais caro em novembro. O produto acumula alta de 51,05% desde junho de 2020. A energia elétrica desacelerou e subiu 0,93%, após subir 3,91% em outubro. Além do reajuste em Goiânia, Brasília e São Paulo, desde setembro está em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

O grupo alimentação e bebidas desacelerou, com alta de 0,4% em novembro, depois de subir 1,38% em outubro. As principais altas foram do tomate (14,02%), batata-inglesa (14,13%), cebola (7%), frango em pedaços (3,07%) e queijo (2,88%). Por outro lado, houve queda no preço das carnes (-1,15%), leite longa vida (-3,97%) e frutas (-1,92%).

Em saúde e cuidados pessoais, os itens higiene pessoal (1,65%) e produtos farmacêuticos (1,13%) foram as maiores influências para a alta de 0,80% na prévia do mês. Vestuário subiu 1,59%, educação ficou estável, com alta de 0,01%, e artigos de residência ficaram 1,53% mais caros, despesas pessoais subiram 0,61% e o grupo comunicação teve alta de 0,32% na prévia de novembro.

Regiões
Segundo o IBGE, todas as áreas pesquisadas tiveram alta no IPCA-15 de novembro. A maior variação foi em Goiânia, com alta de 1,86%, puxada pelo reajuste da energia elétrica (10,93%) e pela gasolina (5,87%). A menor inflação foi medida na região metropolitana de Belém, que subiu 0,76%, com a queda de 2,05% na energia elétrica e de 9,3% no açaí.

O IPCA-15 difere do IPCA pelo período de coleta, que vai do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, e nas regiões pesquisadas. A população-objetivo do IPCA-15 são as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.


Fonte: Agência Brasil

ngo testeira

BC/COPOM “enxugando gelo” fortalece perspectiva final de pib zero em 2022!

 

Quando há mais de dois meses mencionamos num de nossos posts a perspectiva de 2022 ser um ano perdido com crescimento nulo, alguns dos leitores “mais a direita” foram críticos. 

Contudo, após a reunião do BC/COPOM encerrada ontem e em que mais uma vez referendou sua permanente dicotomia entre “discurso contumaz de austeridade” e “atitude decisória absolutamente tímida”, a percepção da efetiva viabilidade, praticamente irreversível porque não há tempo para recuperar os erros sistêmicos cometidos por este governo em sua política monetária (cambial, fiscal e juros), é agora quase uma unanimidade. 

A inflação presente tem forte dinâmica de alavancagem no processo denominado “bola de neve”, com agregados como combustíveis, crise hídrica e energética, com o agravante de que o país se auto inflacionou, por erro de estratégia da política econômica, antes mesmo da pandemia ao privilegiar o setor do agronegócio com o câmbio alto e, com isto, permitir o rebote dos preços internacionais extremamente aviltados para a economia interna, disseminando a alta em toda cadeia de bens essenciais alimentares de forma gradual e contínua, para depois atingir quase todos os setores da economia.

Não trouxe benefícios, como muitos propagam, pelo contrário aumentou o desemprego e, dado pouco observado, a redução expressiva da renda do assalariado pelo excesso de oferta de mão de obra não qualificada (algo como 24% do contingente) agravada adicionalmente pela taxa da inflação, algo como 10% devido a cada causa, o que determina expressiva redução de consumo.

O momento, a dimensão da pressão inflacionária presente, justificaria uma elevação da ordem de 2% a 2,5%, elevando a SELIC já para 8,25% a 8,75%, fazendo-a agressiva não com o intuito de resgatar erros antecedentes incorrigíveis ainda neste governo, mas com o intuito de evitar que o “que está ruim fique pior”, buscando estancar a volúpia inflacionária, que da forma como ficou tende a ser contida pela exaustão da elevação dos preços que deve impactar retraindo o consumo, neste caso podendo causar estagflação da economia.

Certamente, a SELIC precisará fechar o ano acima de 12%, contrariando expectativas iniciais, principalmente após o mais recente IPCA-15, e então a elevação deverá ser mais abrupta e menos eficaz.

E ainda há mais coisas negativas no painel como a questão dos PRECATÓRIOS, da qual se esperam mais repercussões negativas. 

As perspectivas para 2022 são extremamente preocupantes e pode determinar várias formas de deterioração dos preços do mercado financeiro.

Há uma latente preocupação e voracidade em dispêndios sem nenhuma previsão de origem dos fundos, com grande concentração no foco eleitoral ao longo deste final de ano e durante 2022, a economia deve perder dinamismo tendente a PIB zero, as discussões fogem aos temas mais relevantes para o país e se concentram em direitos de participar de redes sociais, que propagam grande parte das “fake news” e a pobreza não deve demonstrar recuperação. 

Então, para o mercado financeiro, supomos, restará a máxima de que “o melhor do capitalismo é ser capitalista”, e a tendência seria então o crescimento do mercado de renda fixa em detrimento da renda variável e o dólar pode ser operacionalizado como instrumento de postura defensiva, o que dará sustentação ao preço.


Sidnei Moura Nehme
Economista e Diretor Executivo da NGO Corretora de Câmbio

Intervenção do BC ofusca exterior e dólar tem estabilidade; política monetária segue em foco

 

O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda frente ao real nesta segunda-feira, com o anúncio do Banco Central de leilões extraordinários de swap ofuscando a demanda pela divisa norte-americana no exterior, enquanto os investidores continuavam atentos às perspectivas de política monetária tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.

Às 9:54, o dólar recuava 0,04%, a 5,3422 reais na venda, enquanto o dólar futuro tinha estabilidade a 53435 reais.

Mais cedo, na mínima do dia, a divisa norte-americana chegou a cair 0,70%, para 5,3073 reais.

O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda frente ao real nesta segunda-feira, com o anúncio do Banco Central de leilões extraordinários de swap ofuscando a demanda pela divisa norte-americana no exterior, enquanto os investidores continuavam atentos às perspectivas de política monetária tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.

Às 9:54, o dólar recuava 0,04%, a 5,3422 reais na venda, enquanto o dólar futuro tinha estabilidade a 53435 reais.

Mais cedo, na mínima do dia, a divisa norte-americana chegou a cair 0,70%, para 5,3073 reais.

O BC informou na semana passada que começará a realizar, às segundas e quartas-feiras, leilões de swap cambial tradicional com o objetivo de manter o funcionamento regular do mercado de câmbio, de olho na demanda por moeda relacionada ao desmonte pelos bancos de uma proteção cambial adicional no final do ano, começando com oferta de 14 mil contratos neste pregão.

Conhecida como “overhedge”, essa proteção cambial deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo de 2020, em regras tributárias. Desfazer o “overhedge” implica compra de dólares.

“O anúncio por parte do BC (…) pode manter o dólar em queda, pelo menos em um primeiro momento”, disse em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, sobre o mercado doméstico, destacando que o cenário internacional parecia favorável à moeda norte-americana nesta segunda-feira.

O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes subia 0,10% nesta manhã, enquanto peso mexicano e rand sul-africano, dois rivais importantes do real, caíam no dia.

O Federal Reserve continuava sob os holofotes internacionais depois de sinalizar que vai começar a reduzir suas generosas compras mensais de títulos já em novembro, com possibilidade de elevação de juros no ano que vem.

“Os Estados Unidos sinalizam que já reúnem condições (…) de retroceder nos programas de incentivo à atividade econômica, e isto coloca em perspectiva a elevação do juro, que conduzirá naturalmente ao fortalecimento do dólar face à remuneração dos Treasuries (títulos do governo norte-americano)”, explicou em nota Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

Ao mesmo tempo, os investidores domésticos também ficam de olho na política monetária brasileira, com Nehme citando sensação de que a recente elevação de 1 ponto percentual da taxa Selic deixou a desejar: “Faltou atitude e efetiva preocupação com o zelo da política monetária, visto que a inflação está amplamente disseminada e se realimenta diariamente.”

Antes da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), alguns participantes do mercado chegaram a apostar em elevação de 1,25 a 1,5 ponto percentual nos juros básicos, mas o presidente do BC, Roberto Campos Neto, minou perspectivas de altas mais agressivas ao dizer em meados deste mês que a autarquia não reagirá a cada dado de inflação que sair.

A falta de posicionamento mais duro do Banco Central “frustra a perspectiva do câmbio”, opinou Nehme, “visto que o juro equilibrado é o grande antídoto ao preço exacerbado da moeda americana no nosso mercado.”

No último pregão, na sexta-feira, a divisa norte-americana teve alta de 0,66% a 5,3444 reais.

Fonte: IstoéDinheiro
Autor: Luana Maria Benedito
Link: istoedinheiro.com.br/intervencao-do-bc-ofusca/
Data de publicação: 27/09/2021

E o dólar chega às eleições com preço considerado equilibrado, simples assim!

Afinal como destacamos desde muito, não havia fundamentos para dar sustentação à exacerbação ocorrida no preço da moeda americana a partir de meados do mês de agosto, pois como destacamos o Brasil tem uma sólida situação das contas externas, soberbo estoque de reservas cambiais que permitem ao BC operacionalizar com integral credibilidade instrumentos apropriados para suprir as demandas de liquidez, seja por proteção cambial, seja por liquidez no mercado à vista.

E mais, situação confortável de déficit em contas correntes, juro e inflação baixos, deixa evidente que se temores e tensões podem estar presente neste momento pré-eleitoral não devem ter o centro nervoso no mercado cambial, pois as incertezas e dúvidas campeiam na inércia da atividade econômica, no soberbo déficit fiscal, no desemprego, na queda de renda e consumo, e na ausência de perspectivas efetivas e concretas para formação de cenário programático, seja qual for o candidato que venha a ser eleito Presidente.

Mas, no câmbio, não há razões, inclusive, razões para temores e tensões, pois a solidez é tamanha que o novo Presidente não representa um risco de desestabilização cambial.

Por mais contraditória que possa parecer, esta é a realidade brasileira e, portanto, não há como identificar-se, como os estrangeiros gostam e até uma boa parte de brasileiros ecoa, qualquer sinergia com a situação da Argentina e Turquia, e até outros emergentes, visto que este quadro do contexto das contas externas brasileiras faz do Brasil um emergente menos vulnerável as intempestividades externas.

Contudo, há no Brasil uma “tradição” ancorada na “memória antecedente” que em todos os momentos de tensões e incertezas o preço da moeda americana é o melhor sensor, e assim torna-se o foco termômetro da situação, pois no passado o país sempre teve uma situação de elevado endividamento e considerável fragilidade na questão cambial.

Então, os estrangeiros, potencialmente, resolveram especular na alta do preço do dólar e construíram posições compradas no entorno de US$ 40,0 Bi e a partir desta postura foi detonado forte movimento especulativo “vendendo” um cenário prospectivo de forte deterioração com previsão do preço do dólar atingir R$ 5,00 ou mais.

Na outra ponta, fundos de investimentos e bancos construíram posições vendidas da mesma ordem e, em silêncio, confiavam na insustentabilidade do movimento especulativo, já que era carente de fundamentos críveis.

O BC com a sua expansiva venda de swaps cambiais em junho de certa forma colaborou para o surgimento do “comprado não hedge”, que fez destes contratos parte do seu estoque para fins especulativos.

Então ocorreu o que vimos, e poucos, muito poucos, alertaram para a incoerência do movimento de especulação e, a mídia repercutia o fato sem entrar no âmago da questão.

Embora o BC disponibilize todos os dados das contas externas poucos têm o hábito de observá-las com acurácia, o que se tivesse ocorrido não teria permitido a exacerbação do preço do dólar que ocorreu.

Em nossas abordagens sempre salientamos que o preço de equilíbrio do dólar é R$ 3,80, admitindo que pudesse ficar em R$ 3,90 até antes da eleição e em seguida cair. O Boletim Focus andou um pouco distante, mas depois centrou-se em R$ 3,80 e mais recentemente em R$ 3,89.

Um detalhe importante que não foi observado, mas que era relevante. Os bancos estão vendidos no mercado futuro de dólar e eles são os autores das projeções para o preço da moeda americana que surge como mediana no Boletim FOCUS. Estava bastante evidente qual era a crença.

É notório que o BC pecou pelo silêncio. Na medida em que agiu corretamente, até porque certamente sabia o que estava ocorrendo, ao não intervir no mercado de câmbio com ofertas de contratos de swaps cambiais e com oferta de linhas de financiamento em moeda estrangeira com recompra de forma incisiva, até porque efetivamente desnecessárias, pois as demandas por proteção estavam atendidas e não houve fuga de capitais que exigisse que realizasse oferta de liquidez no mercado à vista, errou por não ter mantido “comunicação ativa” com o mercado e através a imprensa salientando a improcedência da valorização do dólar e destacando a sólida situação do país na questão cambial.

A manutenção da taxa SELIC na última reunião foi uma evidente atitude de quem sabia o que estava acontecendo com o dólar, pois se fosse concreto justificaria uma elevação da taxa. Agora, a expectativa para a próxima reunião do COPOM já não referenda uma alta como o mercado sinalizou esperar, mas sim deve ocorrer alguma reversão do impacto inflacionário ocasionado.

Algo simples, pontual, a exemplo do que fez o Prof. Carlos Langoni em entrevista ontem, quando “an passant” ao falar da queda do preço do dólar ressaltou a consistência das contas externas brasileiras.

O intento especulador não conseguiu conduzir o preço da moeda americana além de R$ 4,20 e a partir daí fragilizou-se e sem fundamentos perdeu ímpeto e não teve sustentação.

A distensão final veio com a “aceitação” do mercado pelo candidato Bolsonaro, que lidera as pesquisas e que muitos até acreditam que possa vir a ser eleito no 1º turno.

Importante destacar que o mercado criou inicialmente sua própria convicção a respeito e relegou a segundo plano as pesquisas, quase as desacreditando, passando a observá-las agora quando parecem mais assertivas com a proximidade da eleição, mas ainda assim revelando muitas dúvidas sobre as projeções para um eventual segundo turno.

No câmbio, tudo normal agora! Simples assim!


Sidnei Moura Nehme
Economista e Diretor Executivo da NGO

Mesa: (11) 3291-3260    |    Tel: (11) 3291-3266    |    Fax: (11) 3106-4920

Ouvidoria

0800 777 9504

ATENDIMENTO

de segunda a sexta-feira

das 09h00 às 18h00

ouvidoria@ngo.com.br

Acompanhe a NGO
ngo-icon b-facebook    ngo-icon c-twitter 

ngo-icon a-logo